quinta-feira, 4 de junho de 2009

memórias presentes.


Hoje eu gostaria de fazer um post em homenagem ao avô de uma amiga. Sexta-feira, dia 29 de maio, fui com três amigos almoçar na casa do avô de um deles e justamente meus olhos ao observar toda aquela cena, pareciam resgatar em alguma parte da minha memória algo que nunca me aconteceu, mas eu imagino sempre que seria daquele jeito. Meu avô faleceu dia 25 de dezembro de 1996 e sempre que falo dele, procuro tentar explicar tudo o que ele foi para mim, mas parece que não consigo. Não sei se por não ser objetiva o bastante, ou se o meu ouvinte nunca viveu aquilo, então não consegue imaginar. Quando somos crianças, nosso amor pelos pais é incondicional... Para mim ele não tinha defeitos, e ainda não os tem, devido o fato de eu ter 9 anos quando ele partiu. Foi meu pai, meu avô e muito mais.
Naquela tarde de sexta, eu presenciei um momento que pensei jamais viver, foi MUITO importante para mim. Meu avô também receberia meus amigos, falaria do que viveu há 50anos atrás, sentaria a mesa conosco e exatamente do mesmo jeito que o avô dessa minha amiga, teria completa razão no que diz... Os avôs sempre sabem o que dizem, mesmo que pareçam errados. Acredito que seja a idade avançada que dá uma sensação de experiência para quem os ouve. As coisas que imagino também poderiam não acontecer... É esse vazio que ficou, que me deixa com a imaginação voando alto e a impossibilidade de saber o que realmente poderia ter acontecido. Um sentimento que não pára, uma vontade de falar: "colegas, amem seus vovôs, eles tem tanto a ensinar e muito carinho para te dar".
Sei que às vezes fico em falta com a minha vó, mas infelizmente é muito difícil conviver com uma pessoa que também é difícil, diferente de você. Alguém que pode ser ajudada, mas pode não querer te ouvir. Minha mãe já contou algumas coisas que possivelmente seriam defeitos do meu avô, afinal era um gaúcho muito turrão e persistente, até me lembro quando me ensinou a tabuada: fiquei tão nervosa com a falta de paciência dele que quase fiz xixi nas calças. Mesmo assim, sei que quando eu estivesse estudando sobre o golpe militar, ele me falaria tudo sobre a censura no período da ditadura. Sei também que quando olhasse meu irmão vestido de gaúchinho ficaria apaixonado e eu poderia mostrar para ele todas as músicas pego na internet e ouço, e que ele gostava muito. Enfim, sem tristeza, fica só a saudade de alguém que em 9 anos me deu tudo o que tinha e vai durar para minha vida inteira. Até o fim, vivo o meu avô no avô dos outros quando ocorrer momentos inusitados como esses ou curto minhas memórias imaginárias!

Amigos, amo vocês.

(POST BY MARIANA DEBARBA)

5 comentários:

  1. Sei bem como é. Adorei.
    Muito bem escrito

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  2. Mare não sinto isso que você sente, nunca soube é que é ter um avô de verdade, ate conheci os dois, mas um morreu quando eu era muito bebe e o outro nunca tive muito contanto =/
    mas enfim essa tarde que você disse no texto foi otima =D beijos
    ana vitoria

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  3. É são das coisas mais simples da vida que tiramos grandes lições... Entretanto há pessoas que não conseguem enxergar esse tipo de coisa.Eu realmente adoreeei akela tarde.Que Deus dê mta vida e saúde para o avô "da sua amiga" rs... para que assim outras tardes iguais a estas possam vir a se repetir.

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  4. Li esse post com lágrimas nos olhos =/
    Sabe aquelas que escorrem e vão caindo até o final do rosto e deixam a mesa/teclados molhados? pois bem...
    Tenho o meu avô como o meu pai também, sou fã dos meus dois avôs, cada uma a sua maneira, sempre tiveram força de lutar. Um de mais 80, que sempre me conta as histórias de quando era marinheiro e de suas viagens, e o outro se ainda pudesse falar, tenho certeza que também contaria a todos os netos suas histórias!
    E só mais uma coisa.. Não me faz mais chorar assim! sua chaaataaa!

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  5. Te entendo...
    Quando eu nasci só tinha uma vó viva e mesmo assim não tive tanto contato, mas esse texto me lembrou meu saudoso pai. Ele tinha idade pra ser meu avó, era 11 anos mais velho que minha mãe (agora entendo o meu gosto por homens mais velhos, é de família) e era turrão que nem seu avó. Perdi a conta de quantas brigas bobas tivemos, afinal tenho a personalidade parecida com a dele, se somente os opostos se atraem já dá pra imaginar como éramos.
    Mas sinceramente,sinto falta de todas aquelas implicâncias bobas e o modo como se preocupava comigo.
    20 anos pode parecer muito mas pra mim foi pouco diante do muito que ele significa pra mim.
    Melhor parar por aqui, as lágrimas já começaram a descer.
    Saudades do meu velho.

    Bjo Mari.

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